Essa é a obra Arroz e feijão de Anna Maria Maiolino. Para mim, uma das obras mais interessantes da bienal. Eu fui bem no começo então os feijões ainda não haviam brotado.
Anna Maria Maiolino migrou da Itália no pós-guerra e construiu sua carreira em países da América Latina, fixando-se no Brasil em 1960. Em experimentos ora matéricos – como a cerâmica, a pintura e a gravura –, ora documentais – como o vídeo e a fotografia –, a artista desenvolveu um observatório das formas sensíveis, de como a vida acontece e, a despeito dos riscos e adversidades, perdura. Os Fotopoemações, que Maiolino elabora processualmente ao longo dos anos, tomam imagens como sínteses de gestos poéticos e as mantêm abertas como um convite à autopercepção e à experiência do espectador. Solitário ou paciência confirma este convite através da disposição de uma mesinha do jogo de cartas individual no meio da exposição. Em Arroz e feijão, instalação feita durante a ditadura militar brasileira e poucas vezes remontada desde a volta do regime democrático, brotam sementes de arroz e feijão em pratos de louça servidos sobre uma longa e sombria mesa negra. Num monitor de vídeo, ao fim daquele ambiente sacralizado, semelhante a um altar, uma boca mastiga a comida que a artista toma como símbolo de morte e vida, tradição e renascimento, em uma sempre pulsante antropofagia cultural.
(fonte: http://www.bienal.org.br/FBSP/pt/29Bienal/Participantes/Paginas/participante.aspx?p=138)
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arte
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